sábado, 19 de outubro de 2013

Sem maioria, Marina, ninguém governa

Marina: impossível governar sem maioria parlamentar
(Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Governos com base em alianças partidárias existem em todo o mundo, não importa se o país está no hemisfério sul ou no hemisfério norte.
Tanto faz se o sistema é presidencialista ou parlamentarista.
O chefe do Executivo, se não tiver maioria no Parlamento, simplesmente não governa, fica impedido de concretizar as suas promessas de campanha e acaba sendo bombardeado por todos, principalmente pelos seus eleitores.
A grande sacada do PT foi perceber isso, que se não se aliasse a outros partidos, de centro ou mesmo de direita, não teria condições nem de vencer a eleição presidencial nem de aguentar um ano no governo.
Essa lenga-lenga que a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva repete nas mil e tantas entrevistas que tem dado depois que se associou ao PSB de Dudu Beleza, de que ambos pretendem governar o Brasil de forma diferente do PT, condenando assim as alianças do partido com outras agremiações, não pode ser levada a sério.

É mais uma demonstração de demagogia da ex-senadora e ex-ministra. 
Não é possível que ela, uma política profissional, uma pessoa que respira e vive política 24 horas por dia, que conhece todos os meandros da política, afirme tais bobagens como se fossem o ideal pretendido pela sua agremiação.
Ela sabe que, numa remota hipótese de seu grupo vir a ocupar o Palácio do Planalto, seu governo, como qualquer outro, não andará meio metro se não contar com maioria parlamentar.
E, para isso, sustentáveis e socialistas serão obrigados a se aliar a tantos quantos partidos se dispuserem a embarcar na aventura da construção do "novo Brasil".
Isso certamente não será nenhum problema: as siglas partidárias existentes são extremamente maleáveis aos encantos proporcionados pelo poder.
O próprio PSB que o diga: até outro dia se comportava como um obediente lugar-tenente petista, obedecendo fielmente todas as ordens da chefia.
O problema será outro: ao se abastecer dessas águas adesistas, sem as quais morrerá de sede, sustentáveis e socialistas estarão fazendo exatamente o que todos os outros sempre fizeram e sempre farão.
E aí, qual será a novidade que apresentarão ao país?
O famoso "tripé econômico" (controle da inflação, superávit primário e câmbio flutuante) que tanto agrada aos banqueiros que sustentam essa coalização de oportunidade?
Ora, tenham paciência...



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