segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Delfim volta a ser Delfim


O professor Delfim Netto parece ter tido uma recaída, ele que, nos últimos tempos se mostra um ardente defensor dos governos Lula e Dilma.
Em sua participação semanal num dos programas de rádio mais reacionários que existem em São Paulo, soltou uma pérola de desinformação - ou de má-fé.
A pergunta era sobre por que um produto como o Playstation vai custar tão caro no Brasil (cerca de R$ 4 mil).
Delfim pode nunca ter jogado num Playstation, pode mesmo nunca ter ouvido falar nele ou saber para que serve. Afinal, é um octogenário.
Mas se supõe que entenda de economia.

A resposta que deu, porém, contraria essa evidência:
- O Brasil é um país caro, um dos mais caros do mundo. E por uma razão muito simples. É a combinação da taxa de câmbio, com o real supervalorizado, e os impostos mais altos do mundo. Você pega 35% de tributação e mais 25% de câmbio e aí vê que qualquer produto aqui custa 60% mais que em outro país.
Como é que é, professor?
60% a mais?
Quer dizer que os outros países não cobram impostos?
Nenhum mísero imposto?
E que muitos deles também não têm suas moedas valorizadas em relação ao dólar?
Fora o fato de que sua argumentação atropela a mais simples lógica, Delfim também cometeu o erro grosseiro de todos os neoliberais, que é dizer que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo.
É mentira.
Há uma série de outros países que cobram impostos mais pesados de seus cidadãos, muitos deles de primeiríssimo mundo.
Depois desses disparates, Delfim, nos outros minutos em que participou do programa, fez duras críticas ao governo Dilma, esculhambando com um suposto desinteresse em que houvesse mais concorrência no leilão do pré-sal.
Muita gente achou que Delfim, depois que Lula assumiu o governo, em 2003, havia deixado de ser Delfim.
Puro engano.
Ele havia apenas feito uma tentativa de melhorar a sua biografia, na qual consta uma longa folha de serviços prestados à ditadura militar.
Mas, como a maioria dos viciados, as recaídas ao seu velho estilo "vamos deixar o bolo crescer para depois dividi-lo"  não demoraram a acontecer.



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