quinta-feira, 12 de setembro de 2013

EUA culpam a imprensa por espionagem


A culpa é da imprensa.
Em resumo, foi isso o que o governo americano alegou, em resposta às revelações de que a Agência Nacional de Inteligência, a NSA, tem espionado sistematicamente cidadãos, empresas e até a presidente do Brasil.
O episódio está se convertendo num enorme problema para os dois países: o Brasil não pode deixar de reagir com firmeza a esse ato criminoso, que viola as leis internacionais e a própria soberania do país, e os Estados Unidos têm de arranjar uma maneira de, já que não vão nunca abandonar sua posição imperialista de donos do mundo, pelo menos acalmar o governo brasileiro.
Na noite de quinta-feira (11), a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, se encontrou, em Washington, com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, e disse a ele que o governo americano reconhece como "legítimas as questões" abordadas pelo Brasil em relação às denúncias de espionagem envolvendo autoridades e, mais recentemente, a Petrobras. 

Mas depois soltou a pérola: reclamou que há uma “distorção” da imprensa ao relatar as atividades exercidas pelas agências americanas.
A sua porta-voz, Caitlin Hayden, leu uma nota oficial que afirma que Rice se comprometeu a buscar uma solução para encerrar o impasse entre os dois países: "A conselheira de Segurança Nacional transmitiu ao ministro Figueiredo que os Estados Unidos compreendem que as recentes revelações à imprensa, das quais algumas têm distorcido as nossas atividades e outras têm gerado questões legítimas pelos nossos amigos e aliados, criam tensões na muito estreita relação bilateral com o Brasil."
Segundo a porta-voz, o objetivo dos Estados Unidos é manter a relação bilateral positiva. “Os Estados Unidos comprometem-se a trabalhar com o Brasil para resolver essas preocupações, enquanto continuam a trabalhar de forma conjunta em uma agenda partilhada de iniciativas bilaterais, regionais e globais", acrescentou.
O texto ressalta também as relações entre os dois países. "Os Estados Unidos e o Brasil desfrutam de forte e estratégica aliança baseadas nos nossos interesses comuns como democracias multiculturais e grandes economias."
A reunião entre Figueiredo e Susan Rice ocorreu após conversa entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, na semana passada, em São Petersburgo, na Rússia, onde foi realizada a reunião de cúpula do G20. Na ocasião, Obama prometeu a Dilma que transmitiria as informações solicitadas pelo governo brasileiro sobre as denúncias de monitoramento de dados da própria presidenta, de autoridades, de cidadãos e da Petrobras.
Na nota, a porta-voz de Rice disse que a reunião de ontem é "parte desse diálogo" e do compromisso manifestado pelo presidente Obama de trabalhar dentro dos canais diplomáticos para resolver essas preocupações. 
“Os Estados Unidos fazem uma ampla revisão das suas atividades de inteligência para garantir que são adequadamente projetadas", destacou.
Será mesmo?
(Com informações da Agência Brasil)



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