sábado, 28 de setembro de 2013
E os partidos brotam como grama. Ou será como erva daninha?
O saudoso Leonel Brizola dizia que programa partidário se encontra à venda em qualquer banca de revista.
Longe de querer menosprezar a política, Brizola, com a sua frase, apontava para um dos maiores problemas da jovem democracia brasileira, que é a falta de substância ideológica dos partidos.
A afirmação do ex-governador foi feita há uns 20 anos.
Permanece atual.
É só ler o noticiário, que informa sobre a criação de mais duas agremiações no país, uma tal de Solidariedade, criada pelo notório Paulinho da Força, e outra cuja sigla é Pros, abreviatura de Partido Republicano da Ordem Social, criada por um obscuro político de nome Eurípedes Júnior, ex-vereador de Planaltina do Goiás.
Os dois partidos nascem com o objetivo de ascender ao poder - da pior maneira.
O Solidariedade, que plagia o nome da organização sindical polonesa que derrubou o comunismo no país, está aí para servir ao PSDB, mais especificamente ao senador Aécio Neves e sua tentativa de suceder Dilma Rousseff.
Nenhuma novidade nisso.
O notório Paulinho da Força é dessas pessoas que fazem da vida pública um meio de resolver problemas da vida privada.
Já o Pros foi criado com a ajuda de integrantes do governo federal e deve, portanto, abrigar parlamentares do chamado "baixo clero" que não se acham confortáveis em seus partidos e veem esse novo como uma oportunidade para melhorar seus cacifes.
Claro que apoiando o governo.
Com os dois, já são mais de 30 partidos no Brasil.
É impossível que em meio a tantos, de tão diferentes orientações ideológicas, os nossos políticos não achem nenhum que caiba em seus figurinos.
Mas o movimento de proliferação de siglas não para por aí.
Há ainda a Rede marineira, patrocinada por poderosos empresários que apostam numa "terceira via" como a melhor maneira de derrotar o "lulopetismo", e até organizações de extrema direita.
Por trás de todos existe uma rede de negócios extremamente dinâmica e uma legislação que permite essa deturpação de propósitos.
Nesse ritmo, em breve o país poderá comemorar a criação do seu 100º partido político em pouco tempo.
E a tão necessária reforma política vai ficando cada vez mais distante.
Já é quase um palavrão...
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muito bom o blog, adorei!
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