quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Os novos bárbaros falam inglês
O jornalista britânico Robert Fisk, que escreve no The Independent, mora no Líbano e é um dos maiores especialistas do mundo nas intricadas questões do Oriente Médio, ironizou, em artigo publicado outro dia, o fato de que os Estados Unidos, que declararam uma guerra sem tréguas ao terrorismo, estejam hoje aliados à Al Qaeda, seu maior inimigo, no propósito de derrubar o regime de Bashar Al Assad.
Para Fisk, esses novos "senhores da guerra", americanos e seus satélites europeus, com a ajuda da Turquia, não têm a menor noção do vespeiro em que se meteram ao ajudar os "rebeldes" que promovem a guerra civil na Síria, uma constelação de grupos radicais islâmicos, entre os quais desponta a temível, sanguinária e sempre atuante Al Qaeda.
Ele não entende como os Estados Unidos podem ajudar uma organização cujo propósito é justamente derrotá-los, e que tem, nessas últimas décadas, demonstrado ser um inimigo cruel e poderoso, que compensa a falta de recursos materiais para enfrentar a superpotência com o fanatismo de seus "guerreiros".
A ameaça de uma intervenção militar, mesmo limitada, na Síria, a favor dos grupos terroristas que lá atuam, feita por Obama e seus serviçais europeus, já elevou as tensões em todo o planeta.
Se concretizada, vai contribuir para aumentar a já instável e delicada situação em que se encontra o Oriente Médio, região em que, não se sabe como, se equilibram interesses completamente opostos como os dos Estados Unidos e seus satélites europeus, os dos reinos medievais, os de Israel, do Irã, da Turquia, do Iraque, e, é claro, da Rússia e da China, países que têm obstruído, pelo menos no âmbito da ONU, as pretensões para a queda imediata de Al Assad.
O fato é que uma intervenção militar na Síria poderá pôr fogo em toda a região, com consequências imprevisíveis para o resto do mundo.
Os Estados Unidos agem com a arrogância e a irresponsabilidade costumeiras, visando apenas o objetivo imediato, no caso a queda do regime sírio.
Inexplicavelmente, parecem não se importar com o que virá depois, desprezando as lições que deveriam ter aprendido no Afeganistão, Iraque e Líbia.
A atitude de seus governantes, nesta e noutras questões, não deixa dúvidas sobre quem assumiu, nas últimas décadas, o papel das hordas bárbaras que convulsionam o planeta de tempos em tempos.
Hoje, seus guerreiros desprezam qualquer cultura que não fale inglês, desconheça a Bíblia e não goste do McDonald's.
É duro dizer isso, mas dá até saudade dos bons tempos da guerra fria, quando o mundo, pelo menos, era um lugar mais civilizado e mais seguro.
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Propor invasão antes sequer de ter o resultado da inspeção da ONU: isso é sério? O mundo virou palco ilimitado para o cinismo? Punir sem saber quem fez algo e sem ter direito para isso ...
ResponderExcluirApesar de torcer para uma saída mais digna, infelizmente tudo leva crer que os EUA e seus "dependentes" vai transformar outra
ResponderExcluirnação num caos. Tai Somalia,Afeganistão,Iraque e Libia como exem
plos.
Amigos, essas criaturas, estão condenadas desde o berço!
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