quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Inflação sob controle, imprensa nem tanto


A má vontade da imprensa com o governo Dilma ultrapassa qualquer medida racional. O IBGE divulgou ontem o resultado do IPCA-15 de agosto, índice considerado uma prévia da inflação oficial, o IPCA.
Ele registrou uma variação de 0,16%, ficando acima do IPCA-15 de julho, cuja taxa foi 0,07%. Com isso, o acumulado no ano foi para 3,69%, acima da taxa de 3,32% relativa a igual período de 2012. Nos últimos 12 meses, porém, o índice foi para 6,15%, situando-se abaixo dos 6,40% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2012, a taxa havia ficado em 0,39%.
O crescimento da taxa do IPCA 15 de agosto é explicada, em grande parte, pela menor queda dos grupos Alimentação e Bebidas (de -0,18% em julho para -0,09% em agosto) e Transporte (de -0,55% para -0,30%), aliada à alta de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,20% para 0,45%) e Educação (de 0,11% para 0,68%).
A presidente Dilma Rousseff tem reiteradamente afirmado que a inflação está sob controle e fechará o ano dentro da meta do governo - o centro é 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima. "Nós queremos afirmar mais uma vez, a inflação está sob controle e fechará este ano na meta", disse Dilma na segunda-feira.

A inflação oficial em julho ficou praticamente estável, com leve alta de 0,03%, depois de ter subido 0,26% em junho. Foi o menor resultado para o mês desde 2010 (quando tinha atingido 0,01%).
O resultado do IPCA-15 de agosto, portanto, não é ruim. 
A inflação não é baixa, mas está sob controle, e não houve, nem de leve, a disparada de preços apregoada pelos jornalões no início do ano.
Tudo não passou de um factoide, mais um, para desgastar a imagem do governo trabalhista.
Mas apesar das evidências de que os preços neste ano subirão tanto, ou até menos, quanto no ano passado, a imprensa insiste em passar aos seus leitores a impressão de que tudo está perdido no Brasil.
Os títulos das notícias dos principais portais, reproduzidos em seguida, explicitam o comportamento deturpado de quem deveria retratar a realidade brasileira - e não pintá-la de acordo com a sua ideologia:

"Prévia da inflação oficial acelera para 0,16% em agosto, diz IBGE" (G-1, da Globo)
"Prévia da inflação sobe em agosto e acumula alta de 6,15% em um ano" (UOL)
"Com alta de saúde e educação, prévia da inflação de agosto fica em 0,16%"(Estadão)

Os três títulos são negativos: o G-1 enfatiza o "acelera"; o UOL destaca a taxa anual sem contextualizá-la; e o Estadão acha novos vilões para a alta dos preços, a saúde e a educação.
Os estrategistas do governo federal preocupados com a eleição de 2014 deveriam esquecer um pouco os adversários tradicionais - eles são irrelevantes em sua mediocridade.
O verdadeiro problema chama-se imprensa, este partido político ultrarreacionário que age incansavelmente com a intenção de destruir os avanços conquistados pelo país nos últimos anos.

Um comentário:

  1. a MÍDIA É SAFADA E FAZ CAMPANHAS PRÓ-INFLAÇÃO, MESMO QUE ISSO FERRE O POVO E ENRIQUEÇA OS RENTISTAS E ESPECULADORES, QUE APROVEITAM A ONDA PRA MAJORAR SEUS LUCROS.

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