quarta-feira, 31 de julho de 2013

São Paulo enfarta, a imprensa caça votos


Na manhã de hoje (31), a  estação Piqueri da Linha 7-Rubi da CPTM, na capital paulista, continuava fechada para passageiros que pretendiam viajar no sentido estação da Luz. No horário de pico, as plataformas se encontravam lotadas. O fechamento da estação foi ocasionada por um descarrilamento de uma composição, na tarde de terça-feira (30). 
Não há um dia em que não se registre algum tipo de problema na rede de metrô e de trens metropolitanos de São Paulo.
Como se sabe, metrô e trem são de responsabilidade do governo estadual, que os tucanos detêm há duas décadas.
Nesse tempo, conseguiram a proeza de transformar o metrô, antes sinônimo de eficiência, rapidez e conforto, num pesadelo para os passageiros, e os trens da CPTM em armadilhas perigosíssimas, com constantes acidentes.
Sobre os ônibus, administrados pela prefeitura, nem é preciso falar.

A conclusão desses anos todos de absoluto descaso com o transporte urbano foi fazer a metrópole virar um inferno para seus moradores.
Hoje não se consegue locomover por ela nem de ônibus, nem de trem, nem de metrô ou de carro.
Sobra a motocicleta, o veículo mais perigoso de todos, para quem precisa ir de um lugar para outro sem perder horas para isso.
Em poucos anos não será mais possível transitar pela cidade: tal qual acontece com o coração, ela vai enfartar, suas artérias não comportarão mais tantos veículos.
Qualquer pessoa sabe o que ocasionou essa tragédia que é o transporte de massa em São Paulo.
Afinal, foram anos e anos com os investimentos sendo dirigidos para obras que beneficiam apenas o transporte individual: avenidas, pontes, viadutos, túneis...
Maluf não foi o único governante a se valer desse modus operandi, que possibilita negócios muito interessantes para quem faz da vida pública um armazém de secos e molhados.
A recente revelação de que o metrô paulistano é vítima dessas negociatas há vários anos não deveria, porém, chocar ninguém.
Afinal, é a prática usual no Brasil.
Duro mesmo é ver que, apesar de tantas evidências, apesar da confissão de um dos beneficiados pelo esquema, a maioria dos meios de comunicação -, tão zelosos em casos envolvendo seus inimigos políticos -, nem ao menos noticie a falcatrua.
Impedir a debacle da megalópole é uma tarefa gigantesca, que não pode ser atribuída apenas ao Executivo.
Deve envolver todos os interessados em sua sobrevivência.
Noticiar o que se passa na vida da cidade é parte essencial desse processo.
E isso só é possível se houvesse imprensa em São Paulo.
Imprensa, essa entidade cujo único objetivo é informar a sociedade - e não partidos políticos disfarçados.

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