Boeing quer vender o Super Hornet para a FAB enquanto o governo americano espiona o Brasil |
O governo vai levar a escandalosa denúncia de que os Estados Unidos têm promovido uma ampla, geral e irrestrita varredura nas comunicações privadas dos cidadãos brasileiros - uma megaoperação de espionagem, nos mesmos moldes que a superpotência empreende em vários outros países e até mesmo em seu território - até a ONU.
Além disso, pediu explicações para o governo americano, e deve abrir investigação sobre o caso.
São medidas corretas, mas ainda, de certa forma, protocolares e tímidas.
As relações entre Brasil e Estados Unidos são boas, tão boas que a presidenta Dilma Rousseff vai visitá-los, a convite do governo Obama, em outubro - uma visita de Estado, ou seja, a de maior grau diplomático, rara e reservada a representantes de países que os americanos consideram especiais.
Não seria correto, neste momento, abrir qualquer frente de atrito com os Estados Unidos.
O mundo ainda está mergulhado numa séria crise econômica e o Brasil, embora tenha adotado medidas que têm conseguido afastá-lo do olho do furacão, não pode prescindir de nenhuma alternativa econômica - apesar do avanço chinês, o parceiro comercial preferencial do Brasil ainda são os Estados Unidos.
Essa forte relação comercial e cultural entre os dois países não implica, porém, a subserviência do parceiro mais fraco em relação ao mais forte.
Se os americanos querem, como dizem, sedimentar uma relação mais íntima com o Brasil, eles têm de aceitar a perda de seu protagonismo regional e a consequente elevação do status brasileiro na América do Sul, além de compreender que é inexorável o avanço dessa nova potência regional e dos outros países que formam o chamado grupo dos Brics (além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além de outros emergentes, na nova ordem geopolítica global.
Ele não podem, como fazem, agir com seus parceiros e países amigos da mesma forma com que estavam acostumados a atuar há mais de meio século, com seus inimigos reais, potenciais ou imaginários.
O comunismo soviético não existe mais, os Estados Unidos venceram a Guerra Fria.
O terrorismo, novo fantasma que ameaça a superpotência, não tem pátria, abriga-se em todo lugar, até mesmo em solo americano, e seu combate deveria ser uma tarefa de todas as nações, não apenas de algumas.
O governo brasileiro, se quiser ser respeitado pelos seus vizinhos e, principalmente, pelos Estados Unidos, deve reagir duramente a este episódio que mancha a parceria entre os dois países.
Os americanos, como se sabe, são um povo que preza, antes de tudo, o deus dólar, que tem fixação pela riqueza material e pelo acúmulo de capital.
Uma de suas maiores indústrias, a gigante Boeing, é finalista do programa da Força Aérea Brasileira para a compra de 36 caças. Os outros são a francesa Dassault e a sueca Saab. A negociação envolve bilhões de dólares. Os americanos, que já chegaram a barrar a venda de aviões Super Tucano, da Embraer, para a Venezuela, por eles abrigarem componentes "made in USA", estão loucos para mandar seus F-18 Super Hornet para a FAB.
Avisá-los, diplomaticamente, que a Boeing está fora do negócio enquanto esse episódio lamentável de espionagem coletiva não for devidamente esclarecido, com a promessa de que não se repetirá, seria uma medida mais eficaz que as já adotadas.
Afinal, os americanos, mais que ninguém, têm no bolso a parte mais sensível do corpo.
O mais curioso é que a denúncia refere-se a fatos anteriores a 2002 (segundo diz a própria Globo, não se tem evidência da ação dos tais agentes espiões no país após esse ano) - por que razão a Globo sentaria em cima dessa denúncia desde então, já que também havia sido denunciado na época que os EUA nos espionavam para ter dados privilegiados sobre o sistema de monitoramento da Amazônia, por exemplo? Por que não deram seguimento àquela denúncia na época? E o MP, o que fazia? E os outros meios e o tucanato, sempre tão 'zeloso'? Deixa passar, já que era contra eles?
ResponderExcluirQue tal a comissão da verdade tambem dar uma olhada nessas
ResponderExcluirperaltices aprontadas pelo eua e pela globo?
Aliás,o governo americano "consegue" trocar os pés pelas mãos
e seus cumplices, tipo portugal,espanha,frança,italia,GB e austria assim como o negligente e omisso governo brasileiro os apoia em qualquer circunstancias, mm que lhes custe a so-
berania e a vergonha na cara, para não dizer deveriam aderir
à uniao ianque - como fez porto rico - ou adotar a bandeira
ianque.
Quanto aos caças, parece que vai restar as opções russas,
chinesas ou hindus, mas esse pessoal nao me parece muito
facil. Talvez o brasil tenha que criar seu proprio caça ou
equipar a fab só com drones mm.