A reação violentíssima dos médicos às propostas do governo federal para melhorar a saúde pública do país pode ser explicada de várias formas: corporativismo exacerbado, desinformação, luta ideológica, preconceito, insensibilidade social, ignorância pura e simples etc etc.
Seja qual for a explicação, ela não basta, é incompleta.
Falta em qualquer análise sobre esse fenômeno o componente principal, que é o viés capitalista que a medicina no Brasil adquiriu nas últimas décadas, com a expansão dos planos e seguros de saúde, justamente para suprir as carências do SUS.
Médicos não são apenas profissionais liberais instalados em seus consultórios, à espera de clientes.
São também empregados ou conveniados dos planos de saúde, dependem deles para manter seu padrão de vida.
Ou então são sócios ou diretores dessas empresas.
Ou "cooperados", como, por exemplo, aqueles que fazem parte da Unimed.
Sobre essa cooperativa, cabe uma explicação.
Seu site explica o que ela é (os grifos são meus):
"A Unimed é a maior experiência cooperativista na área da saúde em todo o mundo e também a maior rede de assistência médica do Brasil, presente em 83% do território nacional.
O Sistema nasceu com a fundação da Unimed Santos (SP) pelo Dr. Edmundo Castilho, em 1967, e hoje é composto por 360 cooperativas médicas, que prestam assistência para mais de 18 milhões de clientes em todo País. Clientes Unimed contam com mais de 113 mil médicos, 3.097 hospitais credenciados, além de pronto-atendimentos, laboratórios, ambulâncias e hospitais próprios e credenciados para garantir qualidade na assistência médica, hospitalar e de diagnóstico complementar oferecidos."
Não tenho ideia de quantos médicos no Brasil dependem, direta ou indiretamente, dos planos e seguros de saúde e das cooperativas. Mas devem ser, com base nos números da Unimed, centenas de milhares, no mínimo.
Ora, é ingenuidade supor que eles estejam realmente preocupados com a concorrência de profissionais estrangeiros.
Ou que estejam interessados em melhorar a saúde pública, como dizem.
Na verdade, desconfio, esse barulho todo que estão fazendo é justamente porque o governo federal está agora se mexendo para propiciar um salto de qualidade no SUS, um dos modelos de saúde pública mais avançados do mundo.
Toda essa histeria, esse festival de baixarias, toda essa repugnante amostra de desumanidade que a categoria vem exibindo, no fundo tem uma explicação simples: o sucesso do SUS representa o fracasso dessas empresas que fazem da saúde apenas mais um negócio, igual a tantos outros.
É o capitalismo que se revela em toda a sua essência.
Ou então são sócios ou diretores dessas empresas.
Ou "cooperados", como, por exemplo, aqueles que fazem parte da Unimed.
Sobre essa cooperativa, cabe uma explicação.
Seu site explica o que ela é (os grifos são meus):
"A Unimed é a maior experiência cooperativista na área da saúde em todo o mundo e também a maior rede de assistência médica do Brasil, presente em 83% do território nacional.
O Sistema nasceu com a fundação da Unimed Santos (SP) pelo Dr. Edmundo Castilho, em 1967, e hoje é composto por 360 cooperativas médicas, que prestam assistência para mais de 18 milhões de clientes em todo País. Clientes Unimed contam com mais de 113 mil médicos, 3.097 hospitais credenciados, além de pronto-atendimentos, laboratórios, ambulâncias e hospitais próprios e credenciados para garantir qualidade na assistência médica, hospitalar e de diagnóstico complementar oferecidos."
Não tenho ideia de quantos médicos no Brasil dependem, direta ou indiretamente, dos planos e seguros de saúde e das cooperativas. Mas devem ser, com base nos números da Unimed, centenas de milhares, no mínimo.
Ora, é ingenuidade supor que eles estejam realmente preocupados com a concorrência de profissionais estrangeiros.
Ou que estejam interessados em melhorar a saúde pública, como dizem.
Na verdade, desconfio, esse barulho todo que estão fazendo é justamente porque o governo federal está agora se mexendo para propiciar um salto de qualidade no SUS, um dos modelos de saúde pública mais avançados do mundo.
Toda essa histeria, esse festival de baixarias, toda essa repugnante amostra de desumanidade que a categoria vem exibindo, no fundo tem uma explicação simples: o sucesso do SUS representa o fracasso dessas empresas que fazem da saúde apenas mais um negócio, igual a tantos outros.
É o capitalismo que se revela em toda a sua essência.
Esquece o nobre o autor que o próprio governo "incentiva" os planos de saúde. Já ouviu falar em isenção fiscal? O governo financia o privado quando as pessoas podem abater no imposto de renda os seus gastos com planos privado. Abraços André - médico de família e comunidade
ResponderExcluirIncentiva-os, está certo, mas a MAIORIA da população brasileira não pode pagar planos privados e nem ganha ao suficiente para recolher imposto de renda.
ExcluirIncentiva-os, como o amigo afirma, só que a grande MAIORIA da população brasileira não pode pagar planos de saúde privados e nem ganha o suficiente para recolher imposto de renda.
ExcluirCaro Motta,
ResponderExcluiracho perfeita sua observaçao e devo lembrar que o sistema de planos de saude inclusive ja se internaciolizou com a compra da Amil por uma empresa americana, evidenciando o carater mercantilista da visao médica sobre a saude.
Lembro apenas que nenhum médico (ou professor, ou qualquer outro profissional) é obrigado a trabalhar na rede pública. O que é errado, a meu ver, é denunciar só o sistema público, ou denunciá-lo com mais contundência. O que também é errado é ajudar a boicotar o sistema público faltando, por exemplo, a plantões para dá-los em clínicas particulares, como muitos médicos fazem. É desonesto. Eu tenho uma sobrinha médica e ela me diz que a ética médica é tão variável, de indivíduo para indivíduo, quanto pipas ao vento ou resultados de jogos de dados, e a competência também. Os conselhos regionais, segundo ela, dão raiva...
ResponderExcluirSó pra quem não viu (como sempre faço, vejo o que os adversários estão tramando pra poder opor aos "cabeça-oca" onde eles põe o que querem): Ontem vi que "o globo" (que quase ninguém lê) admitiu que Cuba e Venezuela foram as origens dos médicos com maior aprovação no Revalida em 2012; Hoje (no mau-dia-Basil, TV aberta, vista até nos vagões do metrô do Alkimin) a lista mudou: Os países com melhor aproveitamento foram Portugal, Venezuela, ARgentina, etc. Cuba sumiu! Claro, ontem falaram em % de aprovação, hoje em números absolutos de aprovados. São uns mistificadores filhos da p. da SONEGADORA CORRUPTORA!
ResponderExcluirPARABÉNS pela clarividencia e por colocar A NU, tudo o que todos sabem, mas não escrevem, por não saber escrever ou por ter interesses em jogo. Nunca vi um strike tão bem feito.... acho q a sociedade finalmente discute onde estão os problemas da saude nacional, e pasmem todos, verifica-se que uma boa parte do problema está bem descrito e evidenciado no texto acima de Carlos Motta.
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