segunda-feira, 3 de junho de 2013
Para a OIT, Brasil fez o certo na crise, e os ricos, tudo errado
Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado hoje (3), aponta que os países em desenvolvimento, incluído o Brasil, têm aumentado os empregos, ao contrário dos desenvolvidos, no período posterior à eclosão da crise econômica global, em 2008. Segundo o estudo, intitulado "O Mundo do Trabalho 2013: Reparando o Tecido Econômico e Social", os países ricos estão em uma situação que pode se tornar "preocupante", a despeito da recuperação econômica desde 2009.
O documento da OIT é mais uma prova de que o governo brasileiro reagiu à crise de forma correta, com medidas anticíclicas, proativas, que estimularam o crescimento econômico.
A receita neoliberal, de cortes de gastos, redução dos direitos dos trabalhadores, arrocho salarial e contração da economia, revelou-se um completo desastre - e não foram poucos os que quiseram que ela fosse aplicada no Brasil.
De acordo com o documento da OIT, na América Latina e no Caribe, foi registrada em 2012 taxa de emprego, em média, 1% superior à de 2008, ano em que começou a crise. Na região, essa taxa atingiu 57,1% ao fim de 2012. "Nos países em desenvolvimento, o desafio mais importante é consolidar os recentes progressos na redução da pobreza e da desigualdade", informou, em nota, o coordenador do relatório, o diretor do Instituto Internacional de Estudos de Trabalho da OIT, Raymond Torres.
A organização citou o estabelecimento de um piso salarial – por meio da fixação de salários mínimos – e de políticas de proteção social como essenciais para a situação atual desses países.
Sobre o Brasil, um dos destaques do relatório foi o crescimento de 16% da classe média entre 1999 e 2010. Segundo a OIT, isso ocorreu devido ao fortalecimento do salário mínimo e do Programa Bolsa Família. Essas duas políticas, para a organização, explicam a redução da pobreza no país e o fortalecimento da economia nacional.
Como desafios, a OIT citou a redução dos postos informais de trabalho, o aumento da produtividade, o aumento dos investimentos e o crescimento dos salários acima da inflação.
Em relação aos países desenvolvidos, constatou-se que a desigualdade de renda da população aumentou nos últimos dois anos. A principal justificativa foi o crescimento dos níveis de desemprego no mundo. A expectativa é que os atuais 200 milhões de desempregados cheguem a 208 milhões em 2015. Na última semana, a União Europeia registrou 26,5 milhões de desempregados.
"A situação em alguns países europeus, em particular, está começando a forçar o seu tecido econômico e social. Precisamos de uma recuperação global, focada em empregos e investimentos produtivos, combinada com melhor proteção social para os grupos mais pobres e vulneráveis", disse, em nota, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Para a OIT, outro fator que atrasa a recuperação da criação de empregos nos países desenvolvidos é a falta de investimentos possivelmente gerados a partir de lucros. No último fim de semana, houve manifestações em mais de 100 cidades europeias contra políticas de austeridade.
Segundo a OIT, apenas um terço dos investimentos globais em 2012 foi feito por países de alta renda. Os países emergentes, em comparação, foram os responsáveis por mais de 47% dos investimentos no mesmo ano. "Há uma clara relação entre o investimento e o emprego. Melhorar a atividade de investimento é crucial para permitir que as empresas aproveitem as novas oportunidades para se expandir e contratar novos funcionários", explicou o coordenador do relatório, Raymond Torres.
Como forma de reduzir os impactos negativos da conjuntura de fraco desempenho econômico e escassez de postos de trabalho, a OIT sugere que sejam eliminadas as crenças negativas sobre as intervenções dos governos no crescimento econômico e a capacidade que elas têm de diminuir a má distribuição de renda entre a população.
Outro ponto importante, de acordo com a organização, é o estímulo ao diálogo social entre empregados, empregadores e o governo para gerar melhorias no mercado de trabalho. (Com informações da Agência Brasil)
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