terça-feira, 18 de junho de 2013

Não sei o que se passa, mas sei o que eu quero


Nessa última semana apareceram dezenas, talvez centenas de pessoas, muitas delas com ótimos textos, dando as mais variadas interpretações e descrevendo as mais variadas situações sobre os protestos nas ruas de São Paulo, especialmente.
Nunca tinha visto tanta atividade no Facebook, no Twitter, nos blogs, nas chamadas redes sociais.
Todo mundo virou analista político, cientista social, todos, num passe de mágica, se transformaram em repórteres, numa tentativa desesperada de mostrar o despertar das massas, o retumbante clamor das ruas, a explosão de uma revolta que estava latente em cada cidadão brasileiro.
Impressionante.

Os R$ 0,20 a mais da tarifa de ônibus (metrô e trens urbanos ficaram mais ou menos esquecidos) viraram um tsunami contestatório, o leitmotiv para que o povo brasileiro bradasse, em uníssono, que tudo neste país está errado, que nada presta, que a solução é sair às ruas e enfrentar com uma flor na mão ou vinagre no lenço uma polícia truculenta, bestial - o dejeto mais visível da ditadura militar.
Impressionante.
Na minha completa mediocridade, na minha mais absoluta insignificância, confesso que estou estarrecido, sem entender praticamente nada do que está acontecendo.
É bom cobrar os governantes mais transparência, mais competência, mais sensibilidade social?
Claro que sim.
E qual é o meio mais eficaz para que eles entendam que as demandas da população são imensamente maiores do que as soluções que eles oferecem?
Passeatas, abaixo-assinados, quebra-quebras, e-mails, ativismo partidário, tuítes, o Facebook, reclamar com o bispo?
É aí que me pego imerso em incomensuráveis indagações, em profundíssimas dúvidas.
Ou melhor: não tenho a menor ideia.
Sei apenas que não gostaria de ver todos os avanços que foram conquistados pelo Brasil nos últimos anos em vários setores - inclusão social, emprego, moradia, educação, saúde - se perderem.
Sinceramente, me dá uma tristeza profunda ver que muitas pessoas ainda não entenderam que o processo democrático é lento, que a prosperidade de uma nação - e seu povo, principalmente - não se faz de uma hora para outra, e sim é resultado de décadas de aplicação de políticas estratégicas, com direção e objetivos bem definidos, com tenacidade e muito, mas muito esforço.
Nenhum dos países ricos do mundo chegou onde está por acaso. 
Todos tiveram de trabalhar duro para atingir o status econômico-social que permitiu, a vários deles, a excelência em áreas prioritárias ao ser humano.
Não há nada mais que eu deseje do que ver o Brasil - esta terra onde nasci, onde vivo e onde morrerei -, como um verdadeiro lar para seus milhões de filhos, um lar onde todos possam levar uma existência digna e onde nada, absolutamente nada, falte para que a felicidade não seja só um sonho impossível.
Espero sinceramente que toda essa energia gasta por tantas pessoas nesses últimos dias resulte em algo bom, em algo sólido, em algo construtivo, e não seja apenas o combustível que vai atiçar ainda mais os focos de incêndio, ainda pequenos, que ameaçam esta nova jovem democracia

13 comentários:

  1. Perfeito.
    Se permite a ousadia, nada acrescentar ou retirar.
    A violência fardada(ou outra qualquer) tem que acabar.
    Entulho autoritário da ditadura civico militar.
    Assim, "O tempo é o senhor dos acertos".
    Vamos ver/aguardar calmamente e democraticamente.
    (Pires)

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  2. O que se passa?? A mídia, a direita e a esquerda com complexo de vira-lata estão inflando o balão. Quando explodir, a mídia se afasta para observar de camarote..a direita raivosa vem beber o sangue fresco nas ruas...e a esquerda invejosa joga tudo na conta do PT. Porem a democracia necessita destes fatos para se fortalecer e se consolidar "o poder do povo"!

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  3. Isso me lembra a frase do Delfim: É preciso esperar o bolo crescer antes de reparti-lo.
    Os países ricos tem em comum na sua história a Reforma Agrária:EUA na Guerra de Secessão,Japão após a derrota na 2ª Guerra Mundial pela administração ianque "manu militari",França Le Coque Rouge (o galo vermelho) na sua Revolução Burguesa,todas por meios não exatamente reconhecidos como pacientes, ordeiros e pacíficos.
    "A verdade é revolucionária"- Leon Trotsky.

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  4. Temos que censurar tanto a violência da PM (* que quando se quer, serve também para massa de manobra de greves oportunistas de partidos emergentes) quanto o uso de gasolina e rostos vendados em protestos ditos pacíficos. Quem vai a um protesto pacífico e não pretende realizar violência não precisa de gasolina e nem de esconder o rosto ...
    Sabemos que a intenção dos que induzem ao protesto, de ambos os lados (direita e esquerda emergente) é criar o máximo possível de repercussão, para isso recorrem ao máximo possível de atrito e tensão, incluindo vandalismo.
    Fazer e dizer que não fez é covardia ...
    Gramsci dizia que os ativismos explosivos imediatistas eram uma cilada, um equívoco, pois não conduziam às verdadeiras transformações necessárias à nova ordem socialista. Ele dizia também que é preciso educar antes de rebelar, ou vira um movimento oportunista, vanguardista voltado à simples conquista do poder por um grupofadado e fadado ao posterior insucesso. A verdadeira revolução socialista deve prever a formação paulatina de uma nova elite, proveniente da própria classe trabalhadora, para a formação de um futuro autogoverno. Nada disso está sendo feito pelos que agora protestam, induzidos pela direita raivosa ou pela esquerda radical gananciosa, que não poderá governar o país só e nem pretende entregar tal tarefa ao povo.

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  6. Isso me lembra a frase do Delfim : "Esperar o bolo crescer para depois repartir".

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  7. Cara, você nunca vai entender?????manifestção sem bandeira vermelha????você não vai entender, cara!!!!!manifestação sem onibus de graça para manifestantes, sem apoio dos governadores, dos sindicatos!!!!!você não vai entender!!!! Mainfestação sem a direita e da igreja, você nunca vai entender. Porque infelismente a esquerda mstra que não é povo, hoje ela é nova burguesia corrupta. ( isso se algum dia diexou de ser)
    Quando dona Marilena Chauí em discurso racista e de ódio de classes fala besteira, você alaude!!Tá aí a resposta. Deus ajude que nãose torne um problema institucioanl
    Outra cois, vocês são as verdadeiras "VIÚVA DA DITADURA' , vivem delo tempo inteiro, quando não auferindo lucro direto da faznda nacional com suas opiniões saudosas.

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    1. Cara,
      está difícil entender o que você escreve...
      E o problema não é só a ortografia lamentável, é o raciocínio.
      Além disso, deixa a gente saber o seu nome.
      Anônimo não é ninguém...

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  8. Você entendeu sim. Por isto, agride minha ortografia e ironiza meu raciocinio; É a arma dos sem argumento. Daqueles que tem ódio da verdade. Porque Viuva da Ditadura, simplesmente porque voces não vivem sem ela. Sem a citar. Vivem em um passado nebuloso, escravo de ideologias ultrapassadas e fora de moda. Voce nunca vai entender minha geração, a qual não tem nada com este amargor que vocês exalam.
    Anonimo sim pois tenho medo da vossa violência

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  9. Caro anônimo, seu raciocínio continua incompreensível, os erros de português realmente dificultam entender o que você quer dizer. Não é uma questão de desqualificá-lo, porque, na medida em que você se esconde no anonimato, você mesmo se desqualifica para qualquer tipo de debate. Leia mais, estude mais, tenha coragem de dar opiniões com seu próprio nome - como eu faço -, mesmo que elas sejam, como você julga, sem valor ou ultrapassadas, mas não se esconda no meio da multidão sem rosto. Um dia, quem sabe, eu entenda o que você quer falar. Aí a gente conversa civilizadamente. Adeus.

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  10. Motta, duas sugestões: 1) Delete esse "anônimo". Se ele quer anonimato, coloque-o no anonimato, junto com suas mal-escritas e fascistoides opiniões. Não adianta tentar dialogar com esse tipo de... ehr... gente. 2) Vamos organizar um movimento de rua para exigir a permanência da Dilma na presidência. Abração. (LAP)

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  11. Sugestões aceitas, Pandini. Se tá ruim com a Dilma, imagina só sem ela..
    Abraço.
    Motta

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