sexta-feira, 28 de junho de 2013

Mudanças deveriam começar nas comunicações


A convulsão social que sacode o país traz uma certeza: o modelo vigente das comunicações precisa ser revisto com urgência.
Em vários casos, a cobertura "jornalística" das manifestações de rua e seus episódios violentos, em diversas emissoras de TV, não passou de incitação à desordem, numa evidente tentativa de aumentar o caos.
Em qualquer país desses ditos "civilizados", que servem de modelo para a nossa elite colonizada, uma interferência desse nível nos acontecimentos seria severamente repudiada pelas autoridades, com a consequente punição dos veículos que deixaram de lado o jornalismo para atuar como participantes dos protestos.
A maioria das pessoas nem deve saber que as emissoras de rádio e televisão no Brasil são concessões públicas do Estado, ou seja, devem obedecer a certas regras e podem ter o direito de funcionar revisto de tempo em tempo.
Para a população em geral, as emissoras têm dono e têm todo o direito de colocar no ar o que bem entendem, tal o poder que elas amealharam nas décadas em que estão em funcionamento e tal a omissão do Estado em valer as normas de sua regulamentação.
Dessa forma, o setor virou uma terra de ninguém - ou melhor um território controlado por meia dúzia de famílias que fazem suas próprias leis, descumprindo completamente a função social das comunicações, usando a poderosíssima arma que possuem para defender seus interesses ou os de sua classe, agindo como um partido político.
A atuação histérica de alguns apresentadores, a divulgação de imagens editadas e o uso da opinião de amigos da casa para influenciar o público foram alguns dos mais evidentes desvios observados na "cobertura" das manifestações. 
Mas a utilização desvirtuada dos meios de comunicação não para aí: contamina programas de auditório populares, novelas, e até mesmo transmissões esportivas!
Interessante que, neste festival mudancista que baixou no país não se fale nesse tema da maior importância para o futuro da democracia brasileira.
Já está passando da hora de os movimentos ditos "populares", as associações de classe, os estudantes, os sindicatos - e, principalmente, o governo federal -, tomarem coragem e enfiarem a mão nesse vespeiro.
Se fizerem isso, muita coisa pode realmente começar a mudar neste país.

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