segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cheerleaders do tucanato



Duas empresas detêm o monopólio das pesquisas eleitorais no país: Datafolha e Ibope. Os resultados dos levantamentos são aguardados ansiosamente pelos partidos, pelos candidatos, pelos chamados analistas, pelos jornalistas e por todos que se interessam por política.
Quando sai uma pesquisa com um resultado favorável aos queridinhos das elites os jornais fazem festa: é manchete na certa, para ser usada em todo tipo de propaganda, repercutida em todos os meios de informação. Em suma, é uma poderosa arma eleitoral.
Quando, porém, o resultado não é bem aquele que se esperava, os jornalões dão um jeito de, se não escondê-lo, pelo menos não dar tanto destaque a ele.
Esse é o caso desse último levantamento do Datafolha, que mostrou extraordinário crescimento das intenções de voto em Fernando Haddad - quase três vez acima da pesquisa anterior - e a estabilidade do preferido dos reacionários em geral, nosso velho conhecido José Serra.
Mexe daqui, mexe dali, arranjaram até um "cientista político" - é uma tristeza ver o quanto se banalizou o uso do conceito de ciência - para dizer que Haddad dificilmente vencerá a disputa.
Está certo que a eleição paulistana é muito importante, sobretudo para a direitona, que, se não emplacar o simpático e carismático Serra, ficará ainda mais desidratada, ainda mais fraca do que já está.
Os jornalões, porém, deveriam dar uma disfarçada nessa atuação de "cheerleaders" do tucanato. Fica mal, nem bem a campanha eleitoral começou, torcer desbragadamente para seu candidato.
É que forçar a barra desse jeito, com o jogo ainda no início, não é uma boa estratégia, pois pode faltar munição para virar o placar quando o jogo estiver no finzinho.

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