domingo, 30 de outubro de 2011

Mito ou lenda


Nunca antes na história deste país os ditos comentaristas, colunistas e "cientistas" políticos falaram ou escreveram tantas bobagens e idiotices em tão pouco tempo quanto nas horas posteriores à notícia da doença do ex-presidente Lula.
Foi o maior Febeapá - o venerável Festival de Besteiras que Assola o País, criado pelo saudoso Stanislaw Ponte Preta, alter ego do jornalista Sergio Porto - que já se viu por estas bandas.
A palavra que designa a doença maldita, então, ganhou todas as manchetes dos portais, dos noticiários de rádio e TV, dos jornalões e jornaizinhos existentes por aí.
O câncer se espalhou pelo Brasil inteiro.
O ódio pela figura maldita do ex-metalúrgico, migrante nordestino com curso primário que presidiu o mais forte sindicato de trabalhadores do Brasil, construiu o maior partido do país, e chegou à Presidência da República por duas vezes, rompeu os diques e inundou as chamadas redes sociais e os espaços reservados aos comentários de internautas dos principais portais.
O lixo subiu à superfície, desmascarou completamente o que pensa uma parcela da população do mais importante líder político surgido no Brasil depois do golpe militar de 64.
Muita gente deve ter estourado champanhe, soltado fogos de artifício, comemorado a notícia com o uísque ou o vinho mais antigo da adega.
A chamada "elite", que carrega a reboque uma classe média preconceituosa, racista e ignorante, deve ter festejado a possibilidade de ver o seu inimigo mais odiado morto, quem sabe em breve.
Afinal, o que mais resta a esse pessoal fazer, já que todas as tentativas para desmoralizar, achincalhar ou apear da Presidência o "sapo barbudo" fracassaram clamorosamente?
Essa gente, se pensasse com o cérebro e não com o fígado, estaria neste momento rezando junto com milhões de brasileiros que querem ver Lula curado, disposto e bem falante como sempre. Essa corrente humana vê o ex-metalúrgico com outros olhos, os daqueles que, depois de viverem a vida mais miserável que pode existir, se tornaram cidadãos plenos, com trabalho, educação, casa para morar, dinheiro para comprar coisas que nem podiam sonhar naquele Brasil triste e desesperançoso de antes de 2003.
Se essa tal "elite" tivesse um mínimo de juízo, nem dormiria até ver Lula de novo recuperado e forte.
Se eles acham que o Brasil está uma porcaria por causa desse nordestino falastrão, que viaja o tempo todo por aí, recebendo prêmios nos locais mais improváveis do mundo e fazendo política sem parar, é porque o fanatismo já os emburreceu e os cegou completamente.
Pois Lula vivo é apenas um líder extraordinário, um mito.
Morto, será alçado à condição de lenda.

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