Lá pelas tantas, no ano de 198... ,no falecido jornal Jundiaí Hoje, começaram a ocorrer algumas coisas estranhas. As notícias mais interessantes de esportes estavam saindo também num dos concorrentes. Não podia ser coincidência, atestava o saudoso Ademir Fernandes, mestre em jornalismo e em bom humor, que tocava, praticamente sozinho, a editoria.
Ademir desconfiava que o jornal estava sendo vítima de um "vazamento" - claro que a palavra, naquela época não estava tão em voga quanto hoje. A suspeita era sobre uma digitadora de texto cujo marido era repórter esportivo do concorrente.
Assim, armou a armadilha: escreveu uma matéria com alguns detalhes que inventou - nada que comprometesse a veracidade da história.
Não deu outra: no dia seguinte, lá estava a notícia no concorrente, igualzinha. A tal digitadora acabou confessando seu "crime". Levou uma bronca daquelas e a vida continuou.
O estratagema inventado pelo Ademir foi simples e eficaz. Desmascarou a impostura de maneira incontestável.
Hoje, quando as notícias sobre vazamentos se sucedem numa velocidade incontrolável, está faltando alguém que, como o Ademir, pare e pense um pouco sobre as causas e as conseqüências desses fatos.
E que também, como fez ele, dê um basta a isso.
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