terça-feira, 15 de julho de 2008

Papéis trocados

As manifestações a favor do juiz De Sanctis, que mandou prender a turma de Dantas, e contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que tirou o pessoal da cadeia, crescem em todo o país.

Vão desde abaixos-assinados na internet a atos de procuradores e juízes. Páginas no Orkut reprovando a presteza de Mendes se multiplicam.

Esses são sinais claros de que o brasileiro comum quer ver seu país andando direito. É o que chamam de cidadania. Mostram uma maturidade democrática que outros setores, como a imprensa, por exemplo, não têm.

É o caso da Folha de S. Paulo. Publicou em destaque matéria em que busca desqualificar o delegado Protógenes Queiróz, pintando-o como um ingênuo que divide o mundo entre bons e maus, e, supremo pecado, mau escriba.

Como se o jornal em questão fosse um produto isento dos mais grosseiros erros de português - e um ladrão deixasse de ser um ladrão porque seu nome foi grafado com um S ou um N a mais ou a menos.

Por trás de tudo o que se vê é mais uma tentativa dos jornalões de colocar os holofotes no acessório e deixar o principal na escuridão. Por isso a insistência no debate sobre o uso de algemas na detenção dos meliantes ricos - nos pobres, claro que pode -, sobre o papel do advogado e ex-deputado Luís Eduardo Greenhalg e do chefe de Gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, em toda a história, e, suprema ironia, sobre os principais responsáveis pelo desbaratamento da quadrilha, o delegado Queiróz e os policiais federais a ele subordinados.

Com isso, Daniel Dantas e sua turma vão ficando em segundo plano. Logo mais, se os planos correrem bem, ficarão esquecidos.

E, no banco dos réus estarão aqueles que ousaram mexer com gente tão poderosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário