O deputado Júlio Delgado, do PSB mineiro, dá uma entrevista à rádio. Diz que está cansado de ver tanta coisa ruim acontecer no Brasil - mensalão, sanguessugas e agora essa vergonha revelada pela Operação Navalha. Vaticina: e vem mais por aí. Teme que a imagem do Congresso fique irremediavelmente comprometida. Teme que a reputação de homens público sérios, como ele, claro, seja arrastada para o esgoto. A corrupção, sentencia, atinge todos os Poderes, é preciso fazer alguma coisa. E conta que já está colhendo assinaturas para a abertura de uma...CPI!
Portanto, nada mais simples para curar o mal da corrupção - e tantos outros. Uma boa CPI bem temperada com discursos emocionados e pungentes contra esse câncer que se alastra e devora os intestinos da Nação. Entrevistas repetidas ao infinito aos jornalões, às redes nacionais de rádio e televisão (viva a liberdade de imprensa!) também fazem parte do receituário.
Por fim, nomes de culpados, calhamaços de papéis com horas e mais horas de depoimentos, tudo devidamente remetido ao Ministério Público. E fim.
Sim, porque tais providências não adiantam absolutamente nada, são pura e simples demagogia.
A corrupção e males assemelhados só vão diminuir - sumir, impossível - quando a impunidade terminar neste país. Mas para que isso ocorra, será preciso que as leis - e são tantas e tão fortes as leis - sejam cumpridas.
Por todos, inclusive e principalmente pelos juízes.
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