Som das estrelas

Dia 24 de março São Paulo recebe Roger Waters, cantor, compositor, ex-baixista do Pink Floyd. Poderia ser mais um show de um veterano do rock. Poderia, mas não é, por algumas razões. Waters nunca tocou nem compôs simplesmente rock. Foi além. Levou a música pop a um nível acima dos padrões estabelecidos nos anos 60/70. O som do Pink Floyd soa hoje tão atual quanto há 30 anos. A parede sonora que se revezava com acordes diáfanos foi imitada à exaustão por centenas de grupos ditos "progressivos". A poesia rude, memorialista, simbólica e cruelmente realista; os álbuns conceituais; as técnicas de mixagem e edição; os megashows pirotécnicos, tudo isso fez do Pink Floyd um ícone da contemporaneidade e de Waters - que toca, além das músicas que compôs para o Floyd, outras de seus discos solos - um caso raro de artista pop atemporal.
A turnê de Roger Waters começou na Austrália e corre o ano em países do hemisfério sul.
Uma amostra da competência e sensibilidade de Waters está no DVD In The Flesh, basicamente com as mesmas músicas do show paulistano. No DVD, as guitarras de Doyle Bramhall II e Snowy White nos solos e de Andy Fairweather Low na base arrasam. Snowy e Low reencontram Waters neste The Dark Side of the Moon ao lado de Graham Broad (bateria), Dave Kilminster (guitarra), Jon Carin e Harry Waters (teclados), Katie Kisson, PP Arnold e Carol Kenyon (vocais) e Ian Ritchie (sax). Um som para o corpo e a mente, além das fronteiras.
Confiram o desempenho de Waters, Bramhall II e White em Comfortably Numb, do álbum The Wall, no DVD In The Flesh:
http://www.youtube.com/watch?v=invo5D6SuBQ